O primeiro volume da 31ª edição da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária foca nos investimentos e tendências em tecnologia por parte dos bancos brasileiros. Veja os principais insights que o documento trás sobre as tendências do setor.
A importância da tecnologia para o setor bancário
Segundo dados da Pesquisa, o setor bancário é o segundo que mais investe em tecnologia, tanto no Brasil quanto no mundo, ficando atrás apenas do setor público.
Fonte: Gartner
A previsão é que em 2023, os bancos continuem seguindo a tendência de aumentar os investimentos em tecnologia e inovação. Estima-se que este ano seja gasto quase 30% a mais nessa área que em 2022. O que significa um orçamento de mais de R$45 bilhões.
Este crescente orçamento ano a ano visa dar suporte à transformação tecnológica, que coloca os clientes e a sua segurança em primeiro plano por parte das instituições bancárias.
Por isso, há uma perspectiva de mais investimento em CRM, Inteligência Artificial (IA), Analytics e Big Data, o que mostra que os bancos estão preocupados em personalizar o relacionamento com os clientes e consequentemente, explorar os dados de maneira mais eficiente.
O momento de priorizar o Open Finance
A pesquisa aborda a mudança de prioridade dos bancos nos últimos dois anos. Em destaque, está o fato de que instituições bancárias estão cada vez mais orientadas para os dados. Além disso, também ganham relevância temas como ativos digitais, como NFTs e Real Digital (moeda digital brasileira em desenvolvimento no Banco Central).
Dessa forma, o Open Finance é apontado como um importante recurso de inovação para manter os bancos cada vez mais competitivos, já que é através dele que os clientes terão contato com inúmeras instituições financeiras, podendo comparar os produtos e serviços mais vantajosos para eles.
Por isso, a melhoria da exploração dos dadosatravés do Open Finance é apontada como a prioridade número um para os bancos ao longo deste ano.
Por fim, o Open Finance oferece inúmeras oportunidades de geração de valor para os bancos que investem nele neste momento. Entre elas está a possibilidade de aumentar a oferta de serviços e produtos financeiros, conhecer melhor o perfil dos clientes e atrair mais consumidores, além de fazer crescer as vendas, entre outras vantagens.
Inovação e relevância da TI no setor bancário
Segundo dados do estudo da FEBRABAN, 62% dos bancos pretendem manter ou aumentar os investimentos em inovação ao longo de 2023.
Entre as ações de fomento à inovação, está a intenção de aumentar o contingente de profissionais na área de TI. O documento revela que cerca de 10% dos profissionais do setor bancário pertencem à área de tecnologia e a maioria deles, mais de 60%, é composta por desenvolvedores.
Os números mostram a importância desse perfil profissional na construção de uma base tecnológica sólida e inovadora dentro dos bancos, que tem como objetivo final beneficiar seus clientes.
Consequentemente, este se revela um momento crucial para continuar inovando e quase 70% dos bancos que participaram da pesquisa pretendem aumentar o quadro de funcionários da área de TI.
Portanto, o crescimento médio esperado de profissionais neste setor pode chegar a 19% até o fim de 2023.
Além da alta demanda por desenvolvedores, inclui-se nas prioridades dos bancos contratar mais cientistas e engenheiros de dados. Ademais, com o aumento da prioridade em garantir a segurança cibernética e a proteção dos dados sigilosos dos clientes, os bancos pretendem ainda investir na contratação de especialistas em segurança da informação, principalmente porque preservar a confiança dos consumidores é uma das prioridades.
Treinamento, atração e retenção de talentos
Os bancos demonstram interesse não apenas em contratar novos profissionais, mas também em treinar e investir para reter esses talentos, já que se trata de um cenário muito competitivo.
Para tanto, estima-se que sejam investidos cerca de R$1,6 bilhão, apenas em 2023, em soluções tecnológicas que promovam a melhoria da experiência de trabalho desses profissionais.
A pesquisa aponta ainda uma mudança na visão dos bancos nos últimos anos. Houve mais abertura para o trabalho remoto, que passou a ser visto como uma maneira de reter e atrair os profissionais de TI, além de ser uma oportunidade de criar times mais diversos dentro das empresas.
A Pesquisa Febraban de Tecnologia bancária (volume 1) está disponível na íntegra no site da Febraban:
https://portal.febraban.org.br/pagina/3106/48/pt-br/pesquisa