A transformação digital no setor bancário já é realidade faz alguns anos, mas os players do ramo seguem se empenhando cada vez mais para desenvolverem novas e melhores soluções no intuito de terem processos mais eficientes e que proporcionam boas experiências aos clientes.
Se você faz parte disso, precisa estar atento às tendências em automação bancária para 2020. São mudanças, inovações e reformulações que estão em fases de teste, sendo estudadas ou já são aplicadas em países da Europa e Estados Unidos. Todas elas são compatíveis com a realidade do mercado financeiro brasileiro e podem se encaixar a ele, mesmo que somente no futuro próximo com a consolidação de melhorias ainda em curso.
Veja agora cinco dessas tendências e saiba porque sua empresa deve se aprofundar nelas.
1. Pesquisa por voz no mobile banking
Os celulares já contam com comandos por voz, inclusive para outras funções, além das pesquisas. Em breve, o recurso deve chegar também aos aplicativos móveis dos bancos, adicionando a alternativa às buscas escritas e feitas nas opções de menus.
Dois fatores são os principais impulsionadores da tendência: a aderência dos usuários à funcionalidade já existente fora dos apps de bancos e a economia. Segundo pesquisa da empresa internacional de auditoria PwC, o setor bancário pode economizar até US$ 3 bilhões implementando a pesquisa por voz em suas tecnologias voltadas a smartphones e tablets. Conforme o documento, o resultado é fruto de um ganho de eficiência na cadeia de serviços bancários que pode atingir entre 15% e 35%.
2. Conavegação e compartilhamento de telas
Aqui temos outra tendência em automação bancária para 2020 que vem de uma tecnologia já utilizada em larga escala, com algumas diferenças de aplicação por fins de segurança: a navegação compartilhada.
Para implementação de conavegação em ambiente bancário é preciso que limites sejam impostos à parte que presta auxílio — não proprietária dos dados envolvidos —, pois seria perigoso ao cliente/usuário fazer um compartilhamento totalmente aberto como ocorre nas funcionalidades semelhantes de Skype e TeamViewer, por exemplo.
Esse recurso deve ser colocado à disposição dos clientes com limitação de acesso para os profissionais que darão suporte a eles. Por exemplo, ao invés de o usuário dar acesso total à sua tela ou às funções do seu computador, apenas permitiria ao gerente de contas ou outro profissional que visualizasse determinada página com documento ou conteúdo para o qual precisa de ajuda para compreensão.
3. Digitalização bancária total
O que há por trás de aplicativos e internet banking é muito diferente do que os clientes veem nas soluções de tecnologia que se aperfeiçoam dia a dia em seus aparelhos. Processos de backoffice ainda contam com alguns procedimentos manuais, uso de papel, etapas burocráticas e rodagem de dados e processos em sistemas legados.
Conforme estudo de caso da Science Direct, o uso de sistemas legados no setor bancário é responsável pelo consumo de cerca de 75% dos orçamentos de TI das instituições. Além disso, são mecanismos lentos e pesados, menos personalizáveis, que não geram a máxima eficiência interna e podem influenciar negativamente na experiência dos clientes, especialmente em operações mais complexas envolvendo produtos financeiros aos quais eles têm acesso.
4. Colaboração entre players
O open banking é uma das tendência em automação bancária para 2020 pela forma como mudará a realidade do setor, o uso de dados e o investimento em tecnologia. E uma dessas mudanças que ele promoverá no cenário dos players financeiros é maior colaboração entre eles e deles com alguns de seus fornecedores.
Grandes bancos, financeiras, fintechs e fornecedores de tecnologia irão compartilhar dados e mecanismos em plataformas abertas para ganharem escala, atingir novos segmentos de clientes e oferecerem soluções personalizadas, como versões diferentes de seus produtos financeiros.
Um exemplo de processo incluso nesse cenário é o uso de APIs padronizadas e compartilhadas para que diferentes empresas do ramo financeiro tenham integração entre alguns procedimentos e compartilhem dados de clientes em plataformas centrais colaborativas.
5. Uso e tratamento de dados com 5G e IoT
Por um lado, o 5G proporciona movimentação de dados em velocidade muito maior na comparação com demais redes largamente utilizadas atualmente. Por outro, a internet das coisas oferece aos usuários novas experiências e possibilidades, inclusive de contextualização dos serviços bancários a suas realidades diárias.
Em conjunto, as tecnologias permitem aos players serem mais eficientes em ações como:
- gerenciamento remoto de contas;
- oferecimento de serviços bancários em dispositivos móveis;
- oferecimento de serviços bancários em dispositivos fixos de locais;
- integração de dados dos clientes com open banking.
Isso não se deve apenas ao fato de a rede 5G ser mais rápida que as atuais, mas também ao fato de ela ser mais eficiente energeticamente e ter latência menor. Significa que cada ponto da rede pode contar com mais dispositivos conectados ao mesmo tempo e gastando menos energia, mantendo a alta velocidade de transmissão de dados e com estimulação de funcionamento real de rede quase instantâneo — de apenas um milissegundo. E tudo isso é fundamental para que a IoT seja amplamente utilizada e entregue um grande potencial que ainda não é explorado ao máximo.
Todas essas tendências em automação bancária para 2020 prometem melhorar os resultados operacionais e financeiros das instituições, além de melhorarem a cadeia de serviços e valor entregue aos clientes.
Consequentemente, a realidade promovida pela materialização dessas tendências provavelmente aumentará a aderência dos clientes a serviços já existentes, mas que ainda não têm grande apelo, como os pagamentos por aproximação. Quer entender melhor sobre isso? Veja como está o cenário dos pagamentos por aproximação no Brasil